A quase 500 km da capital, a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, contava com um dos principais campos de futebol do interior do Nordeste desde 1970, quando foi inaugurado o Estádio Mauro Sampaio, o Romeirão. Já com 50 anos de história, o local ganha uma cara nova, reconstruído como “Arena Romeirão”, com abertura prevista para o fim de 2021. Pelo projeto, trata-se do estádio mais moderno no interior da região.
Considerando um perfil mais confortável, o status poderia pertencer ao Frei Epifânio, em Imperatriz. O estádio maranhense conta com 10 mil cadeiras. No município cearense, de 276 mil habitantes, o projeto vai além disso. Com um investimento de R$ 69.575.062 (!), através do governo estadual, a arena é, de fato, um novo estádio, demolindo a estrutura antiga, cuja capacidade oficial estava limitada a 7.800 pessoas.
Agora, serão 17 mil assentos, com cobertura em mais da metade. O estádio também terá iluminação em LED, cinco vestiários, camarotes, dois telões e placar eletrônico – confira as imagens abaixo. No perfil “arena multiuso”, a ideia inclui um museu do futebol, espaço para eventos, administração e estrutura de shopping, com lojas e restaurantes (a conferir).
Ou seja, tanto a capital quanto a maior cidade do interior reformaram os tradicionais estádios, um do poder estadual e outro municipal.
E estruturaram o futebol cearense no “Padrão Fifa” – a partir de pesados investimentos públicos, de fato. Em Fortaleza, o Castelão foi a força-motriz para o desenvolvimento do Ceará e Fortaleza, paralelamente às respectivas administrações, claro.
Em Juazeiro, com o Icasa de volta à elite local, o palco pode ajudar na retomada do clube a um maior nível de competitividade. Em 2013, na Série B, o alviverde ficou a 1 ponto da elite nacional (prejudicado numa polêmica que rendeu uma ação milionária contra a CBF).
Curiosidades do antigo Estádio Romeirão
– Geraldino Saravá é o maior artilheiro do Castelão (98 gols) e do Romeirão (72), nos anos 70/80
– Garrincha (1972, pelo Olaria) e Pelé (1974, pelo Santos) já atuaram em amistosos no Romeirão
– O recorde de público foi de 21.819 pessoas, em 1977, com Icasa/Guarani 2 x 2 Fluminense
A cronologia da construção da Arena Romeirão
21/07/2017 – Lançamento do projeto de reforma (estimada em R$ 40 mi; 13.400 lugares)
23/07/2019 – Relançamento do projeto de reforma (estimada em R$ 80 mi; 16.400 lugares)
07/09/2019 – Assinatura da ordem de serviço (de R$ 69,5 milhões; 17.000 lugares)
09/09/2019 – Início oficial das obras
08/01/2020 – Reforma chega a 10% das obras planejadas
20/07/2020 – Reforma chega a 30% das obras planejadas
20/10/2020 – Reforma chega a 42% das obras planejadas
04/01/2021 – Reforma chega a 55% das obras planejadas
09/09/2021 – Previsão inicial de conclusão (em até 2 anos)
A seguir, comparativos entre as imagens do projeto e algumas fotos aéreas da obra.
Foto: divulgação
Versão inicial do projeto
Na imagem original em 3D, as arquibancadas atrás dos gols seriam mantidas em forma de curva, como no antigo estádio – além de uma cobertura com mosaico azul na fachada. Ou seja, o projeto dava uma cara de “modernização” ao Romeirão, que ficaria com 16.400 lugares.
Foto: divulgação
Versão final do projeto
Na imagem divulgada antes da obra, e já em execução, todas as arquibancadas ficaram paralelas às linhas do campo, neste caso numa reconstrução completa, agora para 17 mil torcedores. A cobertura das arquibancadas frontais também foi modificada, adotando um padrão mais simples.
Foto: divulgação
Início das obras
Nesta imagem aérea, de janeiro de 2020, o cenário estava com 10% das obras realizadas, incluindo extração do gramado, rebaixamento do campo e demolição das arquibancadas – apenas um setor foi mantido. Na ocasião, já surgiam os primeiros pilares das novas arquibancadas.
Cássio Zirpoli - Via Esporte Do Vale
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